PROJETO: "CONHECENDO AS
FLORES"
No dia 24
de agosto de 2012, as professoras Silvia Kist e Juçara Bordin organizaram uma
saída de campo para os alunos da Pedagogia- Manhã com a proposta de criarmos
questionamentos acerca da natureza local da Praça Central do município de
Osório-RS.
Após as
observações feitas e anotações referentes a curiosidades e inquietações, em
sala de aula, cada aluno selecionou uma questão para socializar e
posteriormente realizar um projeto de pesquisa.
Muitas
dúvidas surgiram, sendo algumas relacionadas as mesmas espécies da praça
como: flores, árvores, folhas e outros.
O
grupo do Projeto Conhecendo as flores
é formado pelos alunos Fábio Darski, Camila Lopes, Juliana Portugues, Tatiele
Nunes e Veridiana Machado.
Quadro cognitivo
Certezas Provisórias
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Dúvidas Temporárias
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As Flores cruzam-se para terem cores diferentes;
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Por que a mesma espécie de flor existe de várias
cores ?
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Quase todos os miolos da flores são amarelos;
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Como é feita a cruza artificial das flores ?
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A cor da flores tem a ver com a luz, o clima, e o
ambiente
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Como se definem as cores ?
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O comércio da flores no Brasil é bastante forte
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Qual a durabilidade das flores ?
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Não são todas as flores precisam da terra
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Tem a haver com o lugar onde vivem ?
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Por que as flores não tem o mesmo aroma ?
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Porque antes de nascer o fruto nasce uma flor?
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Quais são as espécies típicas da região sul
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Quais são as flores mais comercializadas no país?
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Porque as Flores são de cores
diferentes
Para melhor compreender este tema, começaremos a introdução com Charles
Darwin onde suas experiências com as plantas e flores começaram dois anos
depois do seu regresso da viagem no Beagle. Foi através da idéia da
autofertilização que levou Darwin a se questionar, devido a motivos teóricos.
Num caderno de notas de 1837, escreveu: "Será que as plantas que têm
órgãos masculinos e femininos ainda assim não sofrem a influência de outras
plantas?" Para que as plantas evoluíssem, raciocinou ele, a fertilização
ou fecundação cruzada era fundamental - de outro modo, mudança alguma,
modificação alguma jamais poderia ocorrer, e o mundo se veria obrigatoriamente
povoado por uma única planta capaz de se reproduzir sozinha, em vez de
apresentar a extraordinária quantidade de espécies que na verdade possuía. No
início da década de 1840, Darwin começou a pôr sua teoria à prova, dissecando
uma variedade de flores (entre elas rododendros e azaléias) e demonstrando que
muitas delas apresentavam estruturas destinadas a impedir ou minimizar a
autopolinização.
Para Darwin (que publicou um livro a respeito, em 1877, chamado As
Diferentes Formas de Flores em Plantas da Mesma Espécie), sua preocupação
central era saber de que maneira as plantas floríferas se adaptavam ao uso de
insetos como agentes da sua fertilização. Sabia-se que os insetos eram atraídos
por certas flores, pousavam nelas e podiam emergir cobertos de pólen. Mas
ninguém concluíra que isso tivesse muita importância, pois todos supunham que
as flores se autopolinizassem.
Darwin já desconfiava disso em 1840, e na década seguinte pôs cinco de
seus filhos para trabalhar, determinando as rotas de vôo de mamangavas
(bumblebees) do sexo masculino. Admirava especialmente as orquídeas nativas que
se desenvolviam nas campinas em torno de Down, e decidiu começar por elas. Em
seguida, com a ajuda de amigos e correspondentes que lhe enviavam orquídeas
para estudo, especialmente o botânico Joseph Dalton Hooker, diretor do Kew
Gardens, ampliou seus estudos de maneira a abordar orquídeas tropicais de todos
os tipos.
O estudo das orquídeas progrediu com rapidez e, em 1862, Darwin enviou
seu original para a impressão. O livro tinha um título tipicamente longo e
explícito, à moda vitoriana: As Várias Maneiras Como as Orquídeas São
Fertilizadas pelos Insetos. O que ele pretendia, ou esperava, ficava claro nas
páginas de abertura:
Aqui, em termos da maior clareza, Darwin atira a luva, dizendo:
"Expliquem melhor isto aqui - se puderem."
A longa tromba da mariposa esfíngea ajudou a sustentar a teoria da
seleção natural de Charles Darwin
Darwin decifrou o segredo das flores, mostrando que as características
especiais de cada uma - a variedade de padrões, cores, formas, néctares e
perfumes atraentes aos insetos, levando-os a esvoaçar de uma planta a outra, e
os recursos que asseguram que eles não deixem de colher o pólen antes de
decolar da flor - eram todas "artimanhas", como ele dizia. Todas
haviam sido produzidas pela evolução a serviço da fertilização cruzada.
O que antes era a imagem pitoresca de insetos zumbindo em torno de flores multicoloridas transformava-se, agora, num drama essencial da vida, cheio de significado e profundidade biológica. O colorido e o aroma das flores eram adaptados aos sentidos dos insetos. As abelhas são atraídas por flores azuis e amarelas, e ignoram as vermelhas, uma cor que não enxergam. Por outro lado, sua capacidade de ver além do violeta é explorada pelas flores que utilizam marcas ultravioletas, que dirigem as abelhas para os seus nectários. As borboletas, com uma boa visão do vermelho, fertilizam as flores vermelhas, mas ignoram as azuis e de cor violeta. As flores polinizadas por mariposas noturnas tendem a ser pobres em colorido, mas emanam perfume à noite. E as flores polinizadas por moscas, que vivem de matéria em decomposição, podem imitar o odor desagradável (para nós) da carne podre.
Bioquímica
de Cores e Aromas:
Após os estudos sobre Darwin, iremos dar continuidade ao assunto trazendo mais
alguns conceitos sobre polinização. Nos estudos da polinização das flores por
animais fica explicito a associação íntima entre as plantas e seus
polinizadores.
Os insetos, morcegos e pássaros visitam as
plantas para se alimentar desde suas folhas até o pólen. Nesta troca, estes
animais possibilitam a reprodução das plantas chamada de polinização. Existem
três fatores bioquímicos importantes e ativamente participativos: o cheiro e a
cor das flores o valor nutritivo do néctar e do pólen.
O pólen é um elemento de alto valor proteico e energético e tem importância
extrema para a planta, pois carrega sua herança genética. Na polinização, ele
deve ser transferido dos estames aos estigmas das flores.
O
néctar contém principalmente açúcares (15-75%), embora se tenha detectado em
alguns néctares também aminoácidos, gorduras e até toxinas. Parece que sua
única função é atrair os animais polinizadores. É a recompensa.
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Teor dos constituintes nutritivos do pólen
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Se você observar, durante o dia, um jardim em um local de clima temperado, verá
que a polinização é feita principalmente pelas ativas abelhas produtoras de mel
(Apis mellifera) ou por mamangabas, com a ajuda de mais alguns insetos
menores. Porém,
num ambiente tropical, existe uma quantidade bem maior de polinizadores ativos:
beija-flores, borboletas em grande variedade, vespas, besouros. Algumas flores
são polinizadas somente à noite, por morcegos e mariposas. Na África e na
Austrália, a polinização pode ser feita por roedores, como os camundongos. Um
observador extremamente arguto poderia ver também diferentes tipos de moscas e
até pulgas como polinizadores.
Alguns animais conseguem tirar néctar das plantas sem polinizá-la. São os
conhecidos "ladrões" de néctar. Existe um pássaro que fura a flor e
suga o néctar, sem passar pelos órgãos de polinização. As formigas, embora
atuem também como polinizadores, são às vezes tão pequenas que entram e saem
das flores sem tocar os órgãos reprodutivos.
Plantas como as gramíneas não necessitam atrair insetos, uma vez que são
polinizadas pelo vento, o que indica sua maior evolução.
"Existe
o fenômeno da constância de polinizador para uma flor, fator de grande
significado na coevolução de angiospermas e seus parceiros animais. Em alguns
casos, o polinizador visita apenas uma espécie de planta. Essa fidelidade é
guiada pela morfologia da flor, pelo odor e pela cor das pétalas. Existem,
por exemplo, as "flores de abelhas", com corolas curtas e largas,
geralmente amarelas ou azuis; as "flores de beija-flor", com
corolas longas e estreitas, geralmente vermelhas; as "flores de
borboleta", com corolas estreitas, de comprimento médio."
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O papel das cores florais,
preferências de cor e a base química das cores
As abelhas
preferem o que para nós aparece como cor amarela ou azul. Elas são capazes
também de perceber a região ultravioleta do espectro, que para nós é invisível.
São muito sensíveis às flavonas e flavonóis, substâncias que absorvem no
ultravioleta e estão presentes em quase todas as flores brancas. As abelhas são
insensíveis ao vermelho, mas visitam flores vermelhas, guiadas pela presença de
flavonas que absorvem luz ultravioleta.
Os
beija-flores são sensíveis apenas ao vermelho e sua preferência por flores de
um vermelho vivo, como os Hibiscus, é conhecida. Em habitats especiais
podem visitar também flores brancas.
As
outras classes de polinizadores mostra menor sensibilidade à cor das flores.
Enquanto as borboletas são atraídas por flores de cor vibrante, as mariposas
preferem as flores de cor vermelha, púrpura, branca ou rosa-claro e as vespas
preferem cores monótonas, escuras e pardacentas. As moscas são atraídas por
flores de cor escura, marron, púrpura ou verde. Finalmente, existem os besouros
e os morcegos, que são visualmente inertes à cor e dependem de outro tipo de
sinais para serem levados às flores.
Existem
3 classes principais de substâncias químicas associadas geralmente às cores das
flores: os flavonóides, os carotenóides e as clorofilas. (Ver tabela 1 e figura 2, como exemplo)
Tabela
1
Alguns
tipos de substâncias químicas responsáveis pela cor das flores
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Cor
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Pigmentos
responsáveis
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Exemplos
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Branco, creme
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Flavonas, como a luteolina - Flavonóis, como a quercetina
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95% das espécies que têm flores brancas
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Amarelo
|
Carotenóides - Flavonol
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a maioria das flores amarelas - Primula
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Escarlate
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Pelargonidina e cianidina+carotenóide
|
Muitas espécies, incl. Salvia -Tulipa
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Marrom
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Cianidina sobre carotenóide
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Muitas orquídeas
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Rosa
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Peonidina
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Peônia, Rosa rugosa
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Violeta
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Delfinidina
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Muitas espécies, incl. Verbena
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Preto (púrpura escuro)
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Delfinidina em alta concentração
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Tulipa negra
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Verde
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Clorofilas
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Helleborus
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Fonte:
Harborne, J.B.
http://youtu.be/s1D8yP4YFKw
Qual a pergunta central do projeto?
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