sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CONHECENDO AS FLORES





PROJETO: "CONHECENDO AS FLORES"


No dia 24 de agosto de 2012, as professoras Silvia Kist e Juçara Bordin organizaram uma saída de campo para os alunos da Pedagogia- Manhã com a proposta de criarmos questionamentos acerca da natureza local da Praça Central do município de Osório-RS.
Após as observações feitas e anotações referentes a curiosidades e inquietações, em sala de aula, cada aluno selecionou uma questão para socializar e posteriormente realizar um projeto de pesquisa.
Muitas dúvidas surgiram, sendo algumas relacionadas as mesmas espécies da praça como: flores, árvores, folhas e outros.
O grupo do Projeto Conhecendo as flores é formado pelos alunos Fábio Darski, Camila Lopes, Juliana Portugues, Tatiele Nunes e Veridiana Machado.

                                Quadro cognitivo
Certezas Provisórias
Dúvidas Temporárias


As Flores cruzam-se para terem cores diferentes;
Por que a mesma espécie de flor existe de várias cores ?
Quase todos os miolos da flores são amarelos;
Como é feita a cruza artificial das flores ?
A cor da flores tem a ver com a luz, o clima, e o ambiente
Como se definem as cores ?
O comércio da flores no Brasil é bastante forte
Qual a durabilidade das flores ?
Não são todas as flores precisam da terra
Tem a haver com o lugar onde vivem ?

Por que as flores não tem o mesmo aroma ?

Porque antes de nascer o fruto nasce uma flor?

Quais são as espécies típicas da região sul

Quais são as flores mais comercializadas no país?



Porque as Flores são de cores diferentes

Para melhor compreender este tema, começaremos a introdução com Charles Darwin onde suas experiências com as plantas e flores começaram dois anos depois do seu regresso da viagem no Beagle. Foi através da idéia da autofertilização que levou Darwin a se questionar, devido a motivos teóricos. Num caderno de notas de 1837, escreveu: "Será que as plantas que têm órgãos masculinos e femininos ainda assim não sofrem a influência de outras plantas?" Para que as plantas evoluíssem, raciocinou ele, a fertilização ou fecundação cruzada era fundamental - de outro modo, mudança alguma, modificação alguma jamais poderia ocorrer, e o mundo se veria obrigatoriamente povoado por uma única planta capaz de se reproduzir sozinha, em vez de apresentar a extraordinária quantidade de espécies que na verdade possuía. No início da década de 1840, Darwin começou a pôr sua teoria à prova, dissecando uma variedade de flores (entre elas rododendros e azaléias) e demonstrando que muitas delas apresentavam estruturas destinadas a impedir ou minimizar a autopolinização.
Para Darwin (que publicou um livro a respeito, em 1877, chamado As Diferentes Formas de Flores em Plantas da Mesma Espécie), sua preocupação central era saber de que maneira as plantas floríferas se adaptavam ao uso de insetos como agentes da sua fertilização. Sabia-se que os insetos eram atraídos por certas flores, pousavam nelas e podiam emergir cobertos de pólen. Mas ninguém concluíra que isso tivesse muita importância, pois todos supunham que as flores se autopolinizassem.
Darwin já desconfiava disso em 1840, e na década seguinte pôs cinco de seus filhos para trabalhar, determinando as rotas de vôo de mamangavas (bumblebees) do sexo masculino. Admirava especialmente as orquídeas nativas que se desenvolviam nas campinas em torno de Down, e decidiu começar por elas. Em seguida, com a ajuda de amigos e correspondentes que lhe enviavam orquídeas para estudo, especialmente o botânico Joseph Dalton Hooker, diretor do Kew Gardens, ampliou seus estudos de maneira a abordar orquídeas tropicais de todos os tipos.
O estudo das orquídeas progrediu com rapidez e, em 1862, Darwin enviou seu original para a impressão. O livro tinha um título tipicamente longo e explícito, à moda vitoriana: As Várias Maneiras Como as Orquídeas São Fertilizadas pelos Insetos. O que ele pretendia, ou esperava, ficava claro nas páginas de abertura:
Aqui, em termos da maior clareza, Darwin atira a luva, dizendo: "Expliquem melhor isto aqui - se puderem."



A longa tromba da mariposa esfíngea ajudou a sustentar a teoria da seleção natural de Charles Darwin

Darwin decifrou o segredo das flores, mostrando que as características especiais de cada uma - a variedade de padrões, cores, formas, néctares e perfumes atraentes aos insetos, levando-os a esvoaçar de uma planta a outra, e os recursos que asseguram que eles não deixem de colher o pólen antes de decolar da flor - eram todas "artimanhas", como ele dizia. Todas haviam sido produzidas pela evolução a serviço da fertilização cruzada.


         O que antes era a imagem pitoresca de insetos zumbindo em torno de flores multicoloridas transformava-se, agora, num drama essencial da vida, cheio de significado e profundidade biológica. O colorido e o aroma das flores eram adaptados aos sentidos dos insetos. As abelhas são atraídas por flores azuis e amarelas, e ignoram as vermelhas, uma cor que não enxergam. Por outro lado, sua capacidade de ver além do violeta é explorada pelas flores que utilizam marcas ultravioletas, que dirigem as abelhas para os seus nectários. As borboletas, com uma boa visão do vermelho, fertilizam as flores vermelhas, mas ignoram as azuis e de cor violeta. As flores polinizadas por mariposas noturnas tendem a ser pobres em colorido, mas emanam perfume à noite. E as flores polinizadas por moscas, que vivem de matéria em decomposição, podem imitar o odor desagradável (para nós) da carne podre.

Bioquímica de Cores e Aromas:

      Após os estudos sobre Darwin, iremos dar continuidade ao assunto trazendo mais alguns conceitos sobre polinização. Nos estudos da polinização das flores por animais fica explicito a associação íntima entre as plantas e seus polinizadores.
      Os insetos, morcegos e pássaros visitam as plantas para se alimentar desde suas folhas até o pólen. Nesta troca, estes animais possibilitam a reprodução das plantas chamada de polinização. Existem três fatores bioquímicos importantes e ativamente participativos: o cheiro e a cor das flores o valor nutritivo do néctar e do pólen. O pólen é um elemento de alto valor proteico e energético e tem importância extrema para a planta, pois carrega sua herança genética. Na polinização, ele deve ser transferido dos estames aos estigmas das flores.

 
O néctar contém principalmente açúcares (15-75%), embora se tenha detectado em alguns néctares também aminoácidos, gorduras e até toxinas. Parece que sua única função é atrair os animais polinizadores. É a recompensa.
Teor dos constituintes nutritivos do pólen
Proteínas
16 – 30 %
Açúcar livre
0 – 15 %
Amido
1 – 7 %
Lipídeos
3 – 10 %
     Se você observar, durante o dia, um jardim em um local de clima temperado, verá que a polinização é feita principalmente pelas ativas abelhas produtoras de mel (Apis mellifera) ou por mamangabas, com a ajuda de mais alguns insetos menores. Porém, num ambiente tropical, existe uma quantidade bem maior de polinizadores ativos: beija-flores, borboletas em grande variedade, vespas, besouros. Algumas flores são polinizadas somente à noite, por morcegos e mariposas. Na África e na Austrália, a polinização pode ser feita por roedores, como os camundongos. Um observador extremamente arguto poderia ver também diferentes tipos de moscas e até pulgas como polinizadores.
    Alguns animais conseguem tirar néctar das plantas sem polinizá-la. São os conhecidos "ladrões" de néctar. Existe um pássaro que fura a flor e suga o néctar, sem passar pelos órgãos de polinização. As formigas, embora atuem também como polinizadores, são às vezes tão pequenas que entram e saem das flores sem tocar os órgãos reprodutivos.
    Plantas como as gramíneas não necessitam atrair insetos, uma vez que são polinizadas pelo vento, o que indica sua maior evolução.
"Existe o fenômeno da constância de polinizador para uma flor, fator de grande significado na coevolução de angiospermas e seus parceiros animais. Em alguns casos, o polinizador visita apenas uma espécie de planta. Essa fidelidade é guiada pela morfologia da flor, pelo odor e pela cor das pétalas. Existem, por exemplo, as "flores de abelhas", com corolas curtas e largas, geralmente amarelas ou azuis; as "flores de beija-flor", com corolas longas e estreitas, geralmente vermelhas; as "flores de borboleta", com corolas estreitas, de comprimento médio."
O papel das cores florais, preferências de cor e a base química das cores
     As abelhas preferem o que para nós aparece como cor amarela ou azul. Elas são capazes também de perceber a região ultravioleta do espectro, que para nós é invisível. São muito sensíveis às flavonas e flavonóis, substâncias que absorvem no ultravioleta e estão presentes em quase todas as flores brancas. As abelhas são insensíveis ao vermelho, mas visitam flores vermelhas, guiadas pela presença de flavonas que absorvem luz ultravioleta.
     Os beija-flores são sensíveis apenas ao vermelho e sua preferência por flores de um vermelho vivo, como os Hibiscus, é conhecida. Em habitats especiais podem visitar também flores brancas.
      As outras classes de polinizadores mostra menor sensibilidade à cor das flores. Enquanto as borboletas são atraídas por flores de cor vibrante, as mariposas preferem as flores de cor vermelha, púrpura, branca ou rosa-claro e as vespas preferem cores monótonas, escuras e pardacentas. As moscas são atraídas por flores de cor escura, marron, púrpura ou verde. Finalmente, existem os besouros e os morcegos, que são visualmente inertes à cor e dependem de outro tipo de sinais para serem levados às flores.
      Existem 3 classes principais de substâncias químicas associadas geralmente às cores das flores: os flavonóides, os carotenóides e as clorofilas. (Ver tabela 1 e figura 2, como exemplo)
Tabela 1
Alguns tipos de substâncias químicas responsáveis pela cor das flores
Cor
Pigmentos responsáveis
Exemplos
Branco, creme
Flavonas, como a luteolina -  Flavonóis, como a quercetina
95% das espécies que têm flores brancas
Amarelo
Carotenóides - Flavonol
a maioria das flores amarelas - Primula
Escarlate
Pelargonidina e cianidina+carotenóide
Muitas espécies, incl. Salvia -Tulipa
Marrom
Cianidina sobre carotenóide
Muitas orquídeas
Rosa
Peonidina
Peônia, Rosa rugosa
Violeta
Delfinidina
Muitas espécies, incl. Verbena
Preto (púrpura escuro)
Delfinidina em alta concentração
Tulipa negra
Verde
Clorofilas
Helleborus

Fonte: Harborne, J.B.


 

http://youtu.be/s1D8yP4YFKw



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