Quadro Cognitivo
Certezas:
EXISTEM
MÉTODOS DIVERSIFICADOS, OS QUAIS NOS POSSIBILITAM DESCOBRIRMOS A IDADE DAS
ÁRVORES.
Dúvidas:
1.
É VIÁVEL DESCOBRIRMOS A IDADE ATRAVÉS DA
TONALIDADE DAS FOLHAS?
2.
A ALTURA DAS ÁRVORES POSSUI ALGUMA RELAÇÃO SOBRE
SEU TEMPO DE VIDA?
3.
O TAMANHO DAS RAÍZES TEM ALGUMA RELAÇÃO COM A
IDADE DAS ÁRVORES?
4.
PELA APARÊNCIA DO TRONCO CONSEGUIMOS IDENTIFICAR
SUA IDADE?
5.
AS ÁRVORES QUE POSSUEM A CIRCUNFERÊNCIA DO
TRONCO MAIOR QUE AS OUTRAS SÃO MAIS ANTIGAS?
A IDADE DAS ÁRVORES
A idade de uma floresta ou povoamento florestal
torna-se um conceito vago, pois nem todas as árvores que as compõe iniciam o
seu crescimento ao mesmo tempo. Nesse sentido, emprega-se a idade média das árvores como maneira de aproximação.
Porém para as práticas de manejo florestal, se faz necessário que as florestas
nativas e os reflorestamentos possam ser caracterizados por uma idade definida.
Chama-se de povoamentos coetâneos ou maciços
florestais equietâneos ou equiâneos, quando as árvores neles
existentes são da mesma idade. Normalmente os plantios de reflorestamentos pertencem a essa
categoria. Florestas nativas são geralmente maciços multiâneos, também chamadas de idades múltiplas e
variadas. Também é encontrado na literatura o termo de idades irregulares, quando os plantios florestais ou florestas
nativas apresentam árvores com diferentes idades.
Na
mensuração florestal a idade de uma árvore é uma variável muito importante,
especialmente na estimativa da produção florestal. Fundamentalmente é utilizada
nas avaliações do crescimento e da produtividade de um sítio e nos ordenamentos
florestais. A idade é também utilizada como ferramenta para práticas
silviculturais, na determinação do crescimento presente e futuro da floresta e
nas decisões dos planos de manejo. A idade permite, portanto:
1 avaliar
o incremento em termos de diâmetro, área basal, volume e altura de uma espécie
em um determinado local, permitindo comparar a capacidade produtiva de
diferentes locais;
2 estimar o crescimento em altura das árvores
dominantes nos povoamentos, para que sejam construídas curvas de índice de
sítio de modo a se determinar a capacidade produtiva dos locais onde estes
povoamentos estão implantados;
A determinação da
variável idade envolve freqüentemente muitas dificuldades, mesmo quando se
trabalha em zonas temperadas e maior problemática será quando se trabalha na
região tropical.
No caso de plantios florestais, a maneira mais segura de conhecer a idade
é registrando a data dos plantios em fichas, catálogos ou sistemas
computacionais, de modo que para se obter a idade de um povoamento basta
recorrer aos arquivos podendo obtê-la rapidamente e com grande precisão. No
caso de florestas nativas tal procedimento não é possível, pois a floresta é
normalmente composta de várias espécies e com diferentes idades. Assim, há
necessidade de que o engenheiro ou técnico florestal utilize de outras técnicas
para obter a idade das árvores ou da floresta.
Nas práticas dasométricas
a variável idade apresenta-se em expressões desde o início da vida da árvore
até a idade crítica do povoamento, nesta última fase interpretando como o
período de senescência ou senilidade das árvores. Idade de rotação comercial se
refere ao ano em que as árvores devem ser cortadas, seguindo princípios
técnico-científicos estabelecidos nos correspondentes planos de manejo. Idade
de corte, identifica quando as árvores deverão ser abatidas. Idade de decrepitude, ou de declínio,
ou de senescência, é quando as árvores mostram sinais evidentes e visíveis de
redução biológica do crescimento, como resultado da diminuição das atividades
fisiológicas. Idade fértil de um povoamento florestal se refere ao período de
frutificação das árvores, muitas vezes este fenômeno acontece depois de
prolongados intervalos de tempo, onde as árvores não produzem frutos.
O tamanho das árvores é uma função do período de
tempo em que elas se desenvolveram. Sobre este período de tempo, o tamanho do
indivíduo será o resultado das interações da capacidade genética inerente do
crescimento e do ambiente no qual está habitando. Anualmente o período durante
o qual os fatores climáticos, tais como temperatura, umidade do ar, duração e
intensidade de luz, e outros fatores como a fertilidade do solo, se modificam e
tornam-se elementos decisivos no crescimento das árvores.
Esse período é conhecido como estação ou época de crescimento. A estação
de crescimento é conseqüentemente um exemplo de ciclos de eventos, ou seja,
eventos que se repetem em certos intervalos de tempo mais ou menos contínuos.
Alterações favoráveis nas condições ambientais podem produzir períodos
de crescimento estacionário/sazonal nas plantas. Muitas árvores em sua
estrutura anatômica da madeira e em respostas fenológicas (é
o ramo da Ecologia que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas
relações com as condições do ambiente), no início e fim da estação de crescimento, adquirem características
estruturais bem definidas e facilmente observáveis.
Deste modo, segundo
a precisão que se deseja na determinação da idade de uma árvore se recorrerá a
métodos diferentes.
Portanto, somente através da altura de uma árvore não se pode obter sua
idade de uma forma precisa, uma vez que as condições ambientais influenciam o
crescimento dos exemplares.
Contagem dos verticilos
Algumas árvores, como os Pinheiros (assim como várias outras espécies de coníferas) apresentam uma forma típica de crescimento que na botânica denomina-se de crescimento monopodial (um ápice só, definido pela gema apical). Quando deixa de existir a predominância de crescimento da gema apical, entram em atividade as gemas subjacentes, que dão origem aos diversos ramos formando o crescimento simpodial, na maioria das árvores tropicais.
Medindo a distância
entre dois verticilos, pode-se também determinar o correspondente crescimento
em altura. Neste caso, a distância entre os verticilos poderá corresponder ao
incremento em altura de um ano para o outro.
Contudo, o método de determinação da idade das árvores ou da floresta
por meio da contagem dos verticilos em áreas tropicais e sub-tropicais é pouco
utilizado.
Contagem dos anéis de crescimento
Os anéis de crescimento resultam da deposição sucessiva de camadas de tecidos lenhosos no fuste, em razão da atividade cambial periódica. Assim, a atividade do câmbio vai acrescentando ano a ano camadas justapostas que irão estruturar o material lenhoso, formando os anéis de crescimento.
As espécies
tropicais e sub-tropicais normalmente não apresentam o contraste entre o lenho
inicial e o lenho tardio, uma vez que em climas tropicais e sub-tropicais não
há uma perfeita diferenciação entre as estações de crescimento em função da
estiagem. Deste modo, este método ainda precisa de muitos resultados de
pesquisa para poder ser utilizado com precisão em climas tropicais e
sub-tropicais. Para espécies de clima temperado, como as coníferas, por
exemplo, o método é bem preciso e tem grande uso prático. Porém, é possível
ocorrer a formação de falsos anéis, produzidos em conseqüência de sucessivos
períodos curtos de seca e chuvas, ataque de insetos, doenças, geadas e outros
fatores, resultando em mais de um ciclo de crescimento durante o período de um
ano.
A contagem dos anéis de crescimento realizada na base do tronco indicará
com maior precisão a idade do indivíduo observado. Na parte superior do tronco
existirá evidentemente menor número de anéis, uma vez que todas as camadas de
formação do lenho se acumulam na parte inferior do fuste.
Em árvores
abatidas, os anéis de crescimento podem ser observados nos discos ou cortes
transversais da tora Em árvores em pé as amostras são obtidas através do Trado
de Pressler.
Para facilitar a contagem dos anéis de crescimento
são utilizadas lentes, corantes, luz, álcool, gasolina, raios ultravioletas,
polidez da superfície e leve queimadura da superfície dos discos amostrais.
A determinação da idade das árvores em espécies tropicais através da
contagem dos anéis de crescimento é uma tarefa muito mais complicada, devido às
poucas informações existentes. Nesse sentido pode-se considerar que:
a) nem todas as espécies caducifólias (numa certa estação do ano,
perdem suas folhas geralmente nos meses mais frios e com chuva) formam anéis de crescimento;
b) algumas espécies sempre verdes formam estruturas muito similares aos
anéis, conhecidas como zonas de crescimento;
c) algumas espécies mantêm o ciclo de crescimento estritamente
influenciado pelas chuvas;
d) apresentam uma
descontinuidade da estrutura colorida. Assim, nos trópicos, a determinação da
idade das árvores constitui um dos problemas ainda a serem solucionados pela
ciência florestal
Os
anéis de árvores antigas revelam a relação entre as mudanças climáticas e os
grandes acontecimentos da humanidade, como migrações, pragas surgimento ou
queda de impérios, revela um estudo publicado na revista "Science".
Temperaturas amenas e úmidas correspondem a
tempos de prosperidade no Império Romano e na Idade Média, enquanto períodos de
seca e frio coincidem com migrações em massa, afirma o estudo liderado por Ulf
Buntgen, do Instituto Federal Suíço de Pesquisas Florestais, Neve e Paisagens
(Swiss Federal Research Institute for Forest, Snow and Landscape).
Os pesquisadores analisaram mais de 7.200 fósseis de árvores dos últimos 2.500 anos, verificando as alterações nos anéis, que são um retrato do clima (úmido ou seco) no passado.
"O início e a queda de civilizações passadas estão ligados a mudanças ambientais, principalmente aos efeitos do acesso à água e à produção agrícola, à saúde humana e aos conflitos civis", destaca o estudo.
Os pesquisadores analisaram mais de 7.200 fósseis de árvores dos últimos 2.500 anos, verificando as alterações nos anéis, que são um retrato do clima (úmido ou seco) no passado.
"O início e a queda de civilizações passadas estão ligados a mudanças ambientais, principalmente aos efeitos do acesso à água e à produção agrícola, à saúde humana e aos conflitos civis", destaca o estudo.
Trado
de Pressler
Este instrumento de origem sueca (“increment borer”) serve para extrair
amostras cilíndricas do lenho. O instrumento consta de três componentes: o
trado propriamente dito, o suporte tubular cilíndrico e a colher-estilete
O Trado de Pressler
é um instrumento muito empregado para obter amostras que permitem a contagem
dos anéis de crescimento em árvores em pé. Para extrair uma amostra de madeira
deve-se primeiro introduzir o trado no tronco, perpendicularmente ao eixo
vertical da árvore (em direção à medula) e, logo em seguida, com o extrator,
tira-se a amostra de madeira, também denominada de rolo de incremento.
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