sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Grupo: Idade das Árvores












Quadro Cognitivo
Certezas:
             EXISTEM MÉTODOS DIVERSIFICADOS, OS QUAIS NOS POSSIBILITAM      DESCOBRIRMOS A IDADE DAS ÁRVORES.


Dúvidas:

1.       É VIÁVEL DESCOBRIRMOS A IDADE ATRAVÉS DA TONALIDADE DAS FOLHAS?

2.       A ALTURA DAS ÁRVORES POSSUI ALGUMA RELAÇÃO SOBRE SEU TEMPO DE VIDA?

3.       O TAMANHO DAS RAÍZES TEM ALGUMA RELAÇÃO COM A IDADE DAS ÁRVORES?

4.       PELA APARÊNCIA DO TRONCO CONSEGUIMOS IDENTIFICAR SUA IDADE?

5.       AS ÁRVORES QUE POSSUEM A CIRCUNFERÊNCIA DO TRONCO MAIOR QUE AS OUTRAS SÃO MAIS ANTIGAS?
 

A IDADE DAS ÁRVORES

A idade de uma floresta ou povoamento florestal torna-se um conceito vago, pois nem todas as árvores que as compõe iniciam o seu crescimento ao mesmo tempo. Nesse sentido, emprega-se a idade média das árvores como maneira de aproximação. Porém para as práticas de manejo florestal, se faz necessário que as florestas nativas e os reflorestamentos possam ser caracterizados por uma idade definida.

Chama-se de povoamentos coetâneos ou maciços florestais equietâneos ou equiâneos, quando as árvores neles existentes são da mesma idade. Normalmente os plantios de reflorestamentos pertencem a essa categoria. Florestas nativas são geralmente maciços multiâneos, também chamadas de idades múltiplas e variadas. Também é encontrado na literatura o termo de idades irregulares, quando os plantios florestais ou florestas nativas apresentam árvores com diferentes idades.

Na mensuração florestal a idade de uma árvore é uma variável muito importante, especialmente na estimativa da produção florestal. Fundamentalmente é utilizada nas avaliações do crescimento e da produtividade de um sítio e nos ordenamentos florestais. A idade é também utilizada como ferramenta para práticas silviculturais, na determinação do crescimento presente e futuro da floresta e nas decisões dos planos de manejo. A idade permite, portanto:
1 avaliar o incremento em termos de diâmetro, área basal, volume e altura de uma espécie em um determinado local, permitindo comparar a capacidade produtiva de diferentes locais;

2 estimar o crescimento em altura das árvores dominantes nos povoamentos, para que sejam construídas curvas de índice de sítio de modo a se determinar a capacidade produtiva dos locais onde estes povoamentos estão implantados;

3 definir parâmetros a serem utilizados nas práticas de manejo florestal, servindo principalmente como base comparativa entre povoamentos e decidindo metas na exploração da floresta;

A determinação da variável idade envolve freqüentemente muitas dificuldades, mesmo quando se trabalha em zonas temperadas e maior problemática será quando se trabalha na região tropical.

No caso de plantios florestais, a maneira mais segura de conhecer a idade é registrando a data dos plantios em fichas, catálogos ou sistemas computacionais, de modo que para se obter a idade de um povoamento basta recorrer aos arquivos podendo obtê-la rapidamente e com grande precisão. No caso de florestas nativas tal procedimento não é possível, pois a floresta é normalmente composta de várias espécies e com diferentes idades. Assim, há necessidade de que o engenheiro ou técnico florestal utilize de outras técnicas para obter a idade das árvores ou da floresta.

Nas práticas dasométricas a variável idade apresenta-se em expressões desde o início da vida da árvore até a idade crítica do povoamento, nesta última fase interpretando como o período de senescência ou senilidade das árvores. Idade de rotação comercial se refere ao ano em que as árvores devem ser cortadas, seguindo princípios técnico-científicos estabelecidos nos correspondentes planos de manejo. Idade de corte, identifica quando as árvores deverão ser abatidas. Idade de decrepitude, ou de declínio, ou de senescência, é quando as árvores mostram sinais evidentes e visíveis de redução biológica do crescimento, como resultado da diminuição das atividades fisiológicas. Idade fértil de um povoamento florestal se refere ao período de frutificação das árvores, muitas vezes este fenômeno acontece depois de prolongados intervalos de tempo, onde as árvores não produzem frutos.
O tamanho das árvores é uma função do período de tempo em que elas se desenvolveram. Sobre este período de tempo, o tamanho do indivíduo será o resultado das interações da capacidade genética inerente do crescimento e do ambiente no qual está habitando. Anualmente o período durante o qual os fatores climáticos, tais como temperatura, umidade do ar, duração e intensidade de luz, e outros fatores como a fertilidade do solo, se modificam e tornam-se elementos decisivos no crescimento das árvores.
Esse período é conhecido como estação ou época de crescimento. A estação de crescimento é conseqüentemente um exemplo de ciclos de eventos, ou seja, eventos que se repetem em certos intervalos de tempo mais ou menos contínuos.
Alterações favoráveis nas condições ambientais podem produzir períodos de crescimento estacionário/sazonal nas plantas. Muitas árvores em sua estrutura anatômica da madeira e em respostas fenológicas (é o ramo da Ecologia que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do ambiente), no início e fim da estação de crescimento, adquirem características estruturais bem definidas e facilmente observáveis.
Deste modo, segundo a precisão que se deseja na determinação da idade de uma árvore se recorrerá a métodos diferentes.
Portanto, somente através da altura de uma árvore não se pode obter sua idade de uma forma precisa, uma vez que as condições ambientais influenciam o crescimento dos exemplares.




Contagem dos verticilos



Algumas árvores, como os Pinheiros (assim como várias outras espécies de coníferas) apresentam uma forma típica de crescimento que na botânica denomina-se de crescimento monopodial (um ápice só, definido pela gema apical). Quando deixa de existir a predominância de crescimento da gema apical, entram em atividade as gemas subjacentes, que dão origem aos diversos ramos formando o crescimento simpodial, na maioria das árvores tropicais.
Para utilizar este método, é indispensável conhecer bem o hábito de ramificação da espécie. Pode acontecer de que algumas espécies ou árvores individuais em sítios específicos, formem além do verticilo anual mais um ou dois verticilos por ano, ou formem os verticilos em períodos superiores a um ano.



Medindo a distância entre dois verticilos, pode-se também determinar o correspondente crescimento em altura. Neste caso, a distância entre os verticilos poderá corresponder ao incremento em altura de um ano para o outro.


Contudo, o método de determinação da idade das árvores ou da floresta por meio da contagem dos verticilos em áreas tropicais e sub-tropicais é pouco utilizado.


Contagem dos anéis de crescimento


       Os anéis de crescimento resultam da deposição sucessiva de camadas de tecidos lenhosos no fuste, em razão da atividade cambial periódica. Assim, a atividade do câmbio vai acrescentando ano a ano camadas justapostas que irão estruturar o material lenhoso, formando os anéis de crescimento.

As espécies tropicais e sub-tropicais normalmente não apresentam o contraste entre o lenho inicial e o lenho tardio, uma vez que em climas tropicais e sub-tropicais não há uma perfeita diferenciação entre as estações de crescimento em função da estiagem. Deste modo, este método ainda precisa de muitos resultados de pesquisa para poder ser utilizado com precisão em climas tropicais e sub-tropicais. Para espécies de clima temperado, como as coníferas, por exemplo, o método é bem preciso e tem grande uso prático. Porém, é possível ocorrer a formação de falsos anéis, produzidos em conseqüência de sucessivos períodos curtos de seca e chuvas, ataque de insetos, doenças, geadas e outros fatores, resultando em mais de um ciclo de crescimento durante o período de um ano.


A contagem dos anéis de crescimento realizada na base do tronco indicará com maior precisão a idade do indivíduo observado. Na parte superior do tronco existirá evidentemente menor número de anéis, uma vez que todas as camadas de formação do lenho se acumulam na parte inferior do fuste.


Em árvores abatidas, os anéis de crescimento podem ser observados nos discos ou cortes transversais da tora Em árvores em pé as amostras são obtidas através do Trado de Pressler.

Para facilitar a contagem dos anéis de crescimento são utilizadas lentes, corantes, luz, álcool, gasolina, raios ultravioletas, polidez da superfície e leve queimadura da superfície dos discos amostrais.

A determinação da idade das árvores em espécies tropicais através da contagem dos anéis de crescimento é uma tarefa muito mais complicada, devido às poucas informações existentes. Nesse sentido pode-se considerar que:

a) nem todas as espécies caducifólias (numa certa estação do ano, perdem suas folhas geralmente nos meses mais frios e com chuva) formam anéis de crescimento;

b) algumas espécies sempre verdes formam estruturas muito similares aos anéis, conhecidas como zonas de crescimento;

c) algumas espécies mantêm o ciclo de crescimento estritamente influenciado pelas chuvas;

d) apresentam uma descontinuidade da estrutura colorida. Assim, nos trópicos, a determinação da idade das árvores constitui um dos problemas ainda a serem solucionados pela ciência florestal
Os anéis de árvores antigas revelam a relação entre as mudanças climáticas e os grandes acontecimentos da humanidade, como migrações, pragas surgimento ou queda de impérios, revela um estudo publicado na revista "Science".



 Temperaturas amenas e úmidas correspondem a tempos de prosperidade no Império Romano e na Idade Média, enquanto períodos de seca e frio coincidem com migrações em massa, afirma o estudo liderado por Ulf Buntgen, do Instituto Federal Suíço de Pesquisas Florestais, Neve e Paisagens (Swiss Federal Research Institute for Forest, Snow and Landscape).

       Os pesquisadores analisaram mais de 7.200 fósseis de árvores dos últimos 2.500 anos, verificando as alterações nos anéis, que são um retrato do clima (úmido ou seco) no passado.

"O início e a queda de civilizações passadas estão ligados a mudanças ambientais, principalmente aos efeitos do acesso à água e à produção agrícola, à saúde humana e aos conflitos civis", destaca o estudo.

Trado de Pressler

Este instrumento de origem sueca (“increment borer”) serve para extrair amostras cilíndricas do lenho. O instrumento consta de três componentes: o trado propriamente dito, o suporte tubular cilíndrico e a colher-estilete

O Trado de Pressler é um instrumento muito empregado para obter amostras que permitem a contagem dos anéis de crescimento em árvores em pé. Para extrair uma amostra de madeira deve-se primeiro introduzir o trado no tronco, perpendicularmente ao eixo vertical da árvore (em direção à medula) e, logo em seguida, com o extrator, tira-se a amostra de madeira, também denominada de rolo de incremento.

 



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