sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Quadro cognitivo: Plantas ou parasitas?


Com isso levamos nossas inquietações para a aula e assim fizemos o quadro cognitivo (certezas provisórias/ dúvidas temporárias):


Certezas provisórias
Dúvidas temporárias
A bromélia não é um parasita;
Como elas se proliferam?
A bromélia se alimenta da água da chuva;
Qual a sua origem?
Ela faz fotossíntese;
Ela retém água?
Ela fixa-se em outros suportes não vivos;
Qual sua função (o que ela é?)?
Ela sobrevive por vários dias fora da luz solar e sem receber água;
Qual sua contribuição para árvore?

Ela se fixa a qualquer espécie de arvore?

Como ela sobrevive sem receber água e fora do seu habitat?

Existe o cultivo de bromélias e como se da esse?

Existem plantas parasitas?

Ela é uma flor ou planta?



A partir da análise deste quadro acima, chegamos ao um acordo de que teríamos que fazer mais uma visita a Praça Nossa Senhora da Conceição para coletar mais imagens.


Vamos conferir algumas imagens?

          Esta árvore foi o principal instrumento de coleta, pois essa continha uma vasta variedade de organismos acoplados ao seu tronco ao qual deu inicio a nossa questão chave desta pesquisa (plantas ou parasitas?).



Nessas fotos mostram alguns organismos acoplados ao qual iremos pesquisar se é planta ou parasita.







Agora confira alguns resultados da nossa pesquisa:


Assim uma das nossas primeiras dúvidas era de que se este organismo era planta ou parasita?
Descobrimos que esta é uma planta chamada bromélia.

Nome científico:
A bromélia Cravo do mato - Tillandsia
Nome Científico:
Tillandsia aeranthos  (Loiseleur) L.B.Smith;
Nomes Populares:
Bromélia Cravo do Mato
Família:
 Família Bromeliaceae
Origem:
 Originária da América do Sul, Central
Descrição:
São plantas epífitas, vivendo sobre árvores e têm grande capacidade de sobrevivência.
As tilandsias verdes têm as folhas esverdeadas, crescem sobre outras plantas, mas também no chão.
O clima é de chuvas regulares e o local de desenvolvimento na maioria das vezes é sombreado.
As tilandsias cinzas, uma delas o conhecido cravinho do mato (Tillandsia aeranthus), preferem sol e desenvolvem-se bem em regões de alta umidade até semi-árida.
É um tipo de planta rústica, epífita e rupícola que se prende aos troncos e rochas, sobrevivendo com pouca água.
As folhas são recobertas por umas escamas bem finas chamadas tricomas, que ao fenecerem ficam sem cor, mas parecem prateadas à luz direta do sol.
As folhas são finas e pequenas, distribuídas ao redor do eixo central. Suas raízes são fortes e fixam-se bem a suportes. Não são raízes de captação de nutrientes, suas folhas com as pequenas escamas foram desenvolvidas para captar do ar a umidade e nutrientes para fazer a fotossíntese.
A polinização é cruzada, isto é, há casamento entre flores diferentes, dificilmente há autofecundação.
As suas sementes têm plumas e são levadas pelo vento disseminando a espécie.

Modo de Cultivo :
Seu cultivo é simples, local bem iluminado, sol indireto, sob árvores.
Não necessita vasos, pode fixá-la em madeira, troncos ou placas de fibra de coco.
A adubação pode ser feita de forma liquida, com adubo NPK 10-10-10 dissolvendo uma colher de chá em 1 litro de água e regando as folhas com aspersor, coando antes o líquido para que o resíduo não cause entupimentos.
Não faça este procedimento ao sol nem antes de chuvas.
Se a planta estiver sob árvores, não haverá necessidade de adubação, ela tem um sistema de captação de nutrientes muito eficientes.
Somente regue a planta se a região estiver sem chuvas, pois ela vive com muito pouca água.
Uma espécie cultivada é a tilandsia-azul (Tillandsia cyanea), originária do Equador, cuja inflorescência tem a espiga achatada com as brácteas cor-de-rosa e as flores em azul violeta, muito ornamental.
Não precisa sol direto e deve ser cultivada em espaço protegido, com substrato úmido.





Como se descobre a idade das árvores?



Será que árvores maiores são mais velhas que as menores?
Será que pelas cores ou tamanho das folhas podemos saber a idade das árvores? 
Justificativa:

Durante o passeio realizado na disciplina de Ciências Naturais na Praça da Igreja localizada no centro do município de Osório/RS, surgiram dúvidas em relação à idade das árvores, pois nos deparamos com uma enorme Figueira, a qual nos despertou a questão de como podemos descobrir o tempo de existência das árvores. No decorrer dessas investigações pesquisaremos alguns dos diferentes métodos de verificação do tempo de vida das árvores e por fim utilizaremos um desses métodos para aplicar nas investigações a serem realizadas nas árvores na Praça de Osório.

Grupo: Idade das Árvores












Quadro Cognitivo
Certezas:
             EXISTEM MÉTODOS DIVERSIFICADOS, OS QUAIS NOS POSSIBILITAM      DESCOBRIRMOS A IDADE DAS ÁRVORES.


Dúvidas:

1.       É VIÁVEL DESCOBRIRMOS A IDADE ATRAVÉS DA TONALIDADE DAS FOLHAS?

2.       A ALTURA DAS ÁRVORES POSSUI ALGUMA RELAÇÃO SOBRE SEU TEMPO DE VIDA?

3.       O TAMANHO DAS RAÍZES TEM ALGUMA RELAÇÃO COM A IDADE DAS ÁRVORES?

4.       PELA APARÊNCIA DO TRONCO CONSEGUIMOS IDENTIFICAR SUA IDADE?

5.       AS ÁRVORES QUE POSSUEM A CIRCUNFERÊNCIA DO TRONCO MAIOR QUE AS OUTRAS SÃO MAIS ANTIGAS?
 

A IDADE DAS ÁRVORES

A idade de uma floresta ou povoamento florestal torna-se um conceito vago, pois nem todas as árvores que as compõe iniciam o seu crescimento ao mesmo tempo. Nesse sentido, emprega-se a idade média das árvores como maneira de aproximação. Porém para as práticas de manejo florestal, se faz necessário que as florestas nativas e os reflorestamentos possam ser caracterizados por uma idade definida.

Chama-se de povoamentos coetâneos ou maciços florestais equietâneos ou equiâneos, quando as árvores neles existentes são da mesma idade. Normalmente os plantios de reflorestamentos pertencem a essa categoria. Florestas nativas são geralmente maciços multiâneos, também chamadas de idades múltiplas e variadas. Também é encontrado na literatura o termo de idades irregulares, quando os plantios florestais ou florestas nativas apresentam árvores com diferentes idades.

Na mensuração florestal a idade de uma árvore é uma variável muito importante, especialmente na estimativa da produção florestal. Fundamentalmente é utilizada nas avaliações do crescimento e da produtividade de um sítio e nos ordenamentos florestais. A idade é também utilizada como ferramenta para práticas silviculturais, na determinação do crescimento presente e futuro da floresta e nas decisões dos planos de manejo. A idade permite, portanto:
1 avaliar o incremento em termos de diâmetro, área basal, volume e altura de uma espécie em um determinado local, permitindo comparar a capacidade produtiva de diferentes locais;

2 estimar o crescimento em altura das árvores dominantes nos povoamentos, para que sejam construídas curvas de índice de sítio de modo a se determinar a capacidade produtiva dos locais onde estes povoamentos estão implantados;

3 definir parâmetros a serem utilizados nas práticas de manejo florestal, servindo principalmente como base comparativa entre povoamentos e decidindo metas na exploração da floresta;

A determinação da variável idade envolve freqüentemente muitas dificuldades, mesmo quando se trabalha em zonas temperadas e maior problemática será quando se trabalha na região tropical.

No caso de plantios florestais, a maneira mais segura de conhecer a idade é registrando a data dos plantios em fichas, catálogos ou sistemas computacionais, de modo que para se obter a idade de um povoamento basta recorrer aos arquivos podendo obtê-la rapidamente e com grande precisão. No caso de florestas nativas tal procedimento não é possível, pois a floresta é normalmente composta de várias espécies e com diferentes idades. Assim, há necessidade de que o engenheiro ou técnico florestal utilize de outras técnicas para obter a idade das árvores ou da floresta.

Nas práticas dasométricas a variável idade apresenta-se em expressões desde o início da vida da árvore até a idade crítica do povoamento, nesta última fase interpretando como o período de senescência ou senilidade das árvores. Idade de rotação comercial se refere ao ano em que as árvores devem ser cortadas, seguindo princípios técnico-científicos estabelecidos nos correspondentes planos de manejo. Idade de corte, identifica quando as árvores deverão ser abatidas. Idade de decrepitude, ou de declínio, ou de senescência, é quando as árvores mostram sinais evidentes e visíveis de redução biológica do crescimento, como resultado da diminuição das atividades fisiológicas. Idade fértil de um povoamento florestal se refere ao período de frutificação das árvores, muitas vezes este fenômeno acontece depois de prolongados intervalos de tempo, onde as árvores não produzem frutos.
O tamanho das árvores é uma função do período de tempo em que elas se desenvolveram. Sobre este período de tempo, o tamanho do indivíduo será o resultado das interações da capacidade genética inerente do crescimento e do ambiente no qual está habitando. Anualmente o período durante o qual os fatores climáticos, tais como temperatura, umidade do ar, duração e intensidade de luz, e outros fatores como a fertilidade do solo, se modificam e tornam-se elementos decisivos no crescimento das árvores.
Esse período é conhecido como estação ou época de crescimento. A estação de crescimento é conseqüentemente um exemplo de ciclos de eventos, ou seja, eventos que se repetem em certos intervalos de tempo mais ou menos contínuos.
Alterações favoráveis nas condições ambientais podem produzir períodos de crescimento estacionário/sazonal nas plantas. Muitas árvores em sua estrutura anatômica da madeira e em respostas fenológicas (é o ramo da Ecologia que estuda os fenômenos periódicos dos seres vivos e suas relações com as condições do ambiente), no início e fim da estação de crescimento, adquirem características estruturais bem definidas e facilmente observáveis.
Deste modo, segundo a precisão que se deseja na determinação da idade de uma árvore se recorrerá a métodos diferentes.
Portanto, somente através da altura de uma árvore não se pode obter sua idade de uma forma precisa, uma vez que as condições ambientais influenciam o crescimento dos exemplares.




Contagem dos verticilos



Algumas árvores, como os Pinheiros (assim como várias outras espécies de coníferas) apresentam uma forma típica de crescimento que na botânica denomina-se de crescimento monopodial (um ápice só, definido pela gema apical). Quando deixa de existir a predominância de crescimento da gema apical, entram em atividade as gemas subjacentes, que dão origem aos diversos ramos formando o crescimento simpodial, na maioria das árvores tropicais.
Para utilizar este método, é indispensável conhecer bem o hábito de ramificação da espécie. Pode acontecer de que algumas espécies ou árvores individuais em sítios específicos, formem além do verticilo anual mais um ou dois verticilos por ano, ou formem os verticilos em períodos superiores a um ano.



Medindo a distância entre dois verticilos, pode-se também determinar o correspondente crescimento em altura. Neste caso, a distância entre os verticilos poderá corresponder ao incremento em altura de um ano para o outro.


Contudo, o método de determinação da idade das árvores ou da floresta por meio da contagem dos verticilos em áreas tropicais e sub-tropicais é pouco utilizado.


Contagem dos anéis de crescimento


       Os anéis de crescimento resultam da deposição sucessiva de camadas de tecidos lenhosos no fuste, em razão da atividade cambial periódica. Assim, a atividade do câmbio vai acrescentando ano a ano camadas justapostas que irão estruturar o material lenhoso, formando os anéis de crescimento.

As espécies tropicais e sub-tropicais normalmente não apresentam o contraste entre o lenho inicial e o lenho tardio, uma vez que em climas tropicais e sub-tropicais não há uma perfeita diferenciação entre as estações de crescimento em função da estiagem. Deste modo, este método ainda precisa de muitos resultados de pesquisa para poder ser utilizado com precisão em climas tropicais e sub-tropicais. Para espécies de clima temperado, como as coníferas, por exemplo, o método é bem preciso e tem grande uso prático. Porém, é possível ocorrer a formação de falsos anéis, produzidos em conseqüência de sucessivos períodos curtos de seca e chuvas, ataque de insetos, doenças, geadas e outros fatores, resultando em mais de um ciclo de crescimento durante o período de um ano.


A contagem dos anéis de crescimento realizada na base do tronco indicará com maior precisão a idade do indivíduo observado. Na parte superior do tronco existirá evidentemente menor número de anéis, uma vez que todas as camadas de formação do lenho se acumulam na parte inferior do fuste.


Em árvores abatidas, os anéis de crescimento podem ser observados nos discos ou cortes transversais da tora Em árvores em pé as amostras são obtidas através do Trado de Pressler.

Para facilitar a contagem dos anéis de crescimento são utilizadas lentes, corantes, luz, álcool, gasolina, raios ultravioletas, polidez da superfície e leve queimadura da superfície dos discos amostrais.

A determinação da idade das árvores em espécies tropicais através da contagem dos anéis de crescimento é uma tarefa muito mais complicada, devido às poucas informações existentes. Nesse sentido pode-se considerar que:

a) nem todas as espécies caducifólias (numa certa estação do ano, perdem suas folhas geralmente nos meses mais frios e com chuva) formam anéis de crescimento;

b) algumas espécies sempre verdes formam estruturas muito similares aos anéis, conhecidas como zonas de crescimento;

c) algumas espécies mantêm o ciclo de crescimento estritamente influenciado pelas chuvas;

d) apresentam uma descontinuidade da estrutura colorida. Assim, nos trópicos, a determinação da idade das árvores constitui um dos problemas ainda a serem solucionados pela ciência florestal
Os anéis de árvores antigas revelam a relação entre as mudanças climáticas e os grandes acontecimentos da humanidade, como migrações, pragas surgimento ou queda de impérios, revela um estudo publicado na revista "Science".



 Temperaturas amenas e úmidas correspondem a tempos de prosperidade no Império Romano e na Idade Média, enquanto períodos de seca e frio coincidem com migrações em massa, afirma o estudo liderado por Ulf Buntgen, do Instituto Federal Suíço de Pesquisas Florestais, Neve e Paisagens (Swiss Federal Research Institute for Forest, Snow and Landscape).

       Os pesquisadores analisaram mais de 7.200 fósseis de árvores dos últimos 2.500 anos, verificando as alterações nos anéis, que são um retrato do clima (úmido ou seco) no passado.

"O início e a queda de civilizações passadas estão ligados a mudanças ambientais, principalmente aos efeitos do acesso à água e à produção agrícola, à saúde humana e aos conflitos civis", destaca o estudo.

Trado de Pressler

Este instrumento de origem sueca (“increment borer”) serve para extrair amostras cilíndricas do lenho. O instrumento consta de três componentes: o trado propriamente dito, o suporte tubular cilíndrico e a colher-estilete

O Trado de Pressler é um instrumento muito empregado para obter amostras que permitem a contagem dos anéis de crescimento em árvores em pé. Para extrair uma amostra de madeira deve-se primeiro introduzir o trado no tronco, perpendicularmente ao eixo vertical da árvore (em direção à medula) e, logo em seguida, com o extrator, tira-se a amostra de madeira, também denominada de rolo de incremento.

 



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Projeto chás

Escolhemos a planta " Aveloz " para nossa pesquisa por curiosidade das colegas em função do OUTUBRO ROSA ( combate ao câncer ), sendo que este chá já serviu de tratamento alternativo por uma das integrantes do grupo, colega Salete.

NOME CIENTÍFICO: Euphorbia tirucalli

NOME POPULAR: Árvore do lápis

HABITAT: originario da Africa e de la foi levado para os paises tropicais, sendo que no Brasil se adaptou bem na região do Nordeste.

INDICAÇÕES: usado como suco leitoso cáustico, de efeito irritante na pele e aos olhos, porem o suco quando dissolvido em água é indicado para tratamento de tumores cancerosos e pré-cancerosos.

Projeto chás - Para que servem ?

GRUPO: Beth, Marry, Tatiane e Salete

QUADRO COGNITIVO
CERTEZAS PROVISÓRIAS
DÚVIDAS TEMPORÁRIAS
Esta relacionado a cultura
Origem do chá
Usam comprado ou colhido
Como é utilizado
Auto medicação
Composição dos chás
Formas de preparo
Os mais utilizados em nossa região
Comercialização
O açúcar tira o efeito do chá
Quais chás mais utilizados e quando
Porque a maioria dos médicos são contra

Os chás realmente curam ?

Existem chás que fazem mal ?

Existem chá com cafeína

Se bebidos a noite tiram o sono?

Existe chá de flores?

CONHECENDO AS FLORES





PROJETO: "CONHECENDO AS FLORES"


No dia 24 de agosto de 2012, as professoras Silvia Kist e Juçara Bordin organizaram uma saída de campo para os alunos da Pedagogia- Manhã com a proposta de criarmos questionamentos acerca da natureza local da Praça Central do município de Osório-RS.
Após as observações feitas e anotações referentes a curiosidades e inquietações, em sala de aula, cada aluno selecionou uma questão para socializar e posteriormente realizar um projeto de pesquisa.
Muitas dúvidas surgiram, sendo algumas relacionadas as mesmas espécies da praça como: flores, árvores, folhas e outros.
O grupo do Projeto Conhecendo as flores é formado pelos alunos Fábio Darski, Camila Lopes, Juliana Portugues, Tatiele Nunes e Veridiana Machado.

                                Quadro cognitivo
Certezas Provisórias
Dúvidas Temporárias


As Flores cruzam-se para terem cores diferentes;
Por que a mesma espécie de flor existe de várias cores ?
Quase todos os miolos da flores são amarelos;
Como é feita a cruza artificial das flores ?
A cor da flores tem a ver com a luz, o clima, e o ambiente
Como se definem as cores ?
O comércio da flores no Brasil é bastante forte
Qual a durabilidade das flores ?
Não são todas as flores precisam da terra
Tem a haver com o lugar onde vivem ?

Por que as flores não tem o mesmo aroma ?

Porque antes de nascer o fruto nasce uma flor?

Quais são as espécies típicas da região sul

Quais são as flores mais comercializadas no país?



Porque as Flores são de cores diferentes

Para melhor compreender este tema, começaremos a introdução com Charles Darwin onde suas experiências com as plantas e flores começaram dois anos depois do seu regresso da viagem no Beagle. Foi através da idéia da autofertilização que levou Darwin a se questionar, devido a motivos teóricos. Num caderno de notas de 1837, escreveu: "Será que as plantas que têm órgãos masculinos e femininos ainda assim não sofrem a influência de outras plantas?" Para que as plantas evoluíssem, raciocinou ele, a fertilização ou fecundação cruzada era fundamental - de outro modo, mudança alguma, modificação alguma jamais poderia ocorrer, e o mundo se veria obrigatoriamente povoado por uma única planta capaz de se reproduzir sozinha, em vez de apresentar a extraordinária quantidade de espécies que na verdade possuía. No início da década de 1840, Darwin começou a pôr sua teoria à prova, dissecando uma variedade de flores (entre elas rododendros e azaléias) e demonstrando que muitas delas apresentavam estruturas destinadas a impedir ou minimizar a autopolinização.
Para Darwin (que publicou um livro a respeito, em 1877, chamado As Diferentes Formas de Flores em Plantas da Mesma Espécie), sua preocupação central era saber de que maneira as plantas floríferas se adaptavam ao uso de insetos como agentes da sua fertilização. Sabia-se que os insetos eram atraídos por certas flores, pousavam nelas e podiam emergir cobertos de pólen. Mas ninguém concluíra que isso tivesse muita importância, pois todos supunham que as flores se autopolinizassem.
Darwin já desconfiava disso em 1840, e na década seguinte pôs cinco de seus filhos para trabalhar, determinando as rotas de vôo de mamangavas (bumblebees) do sexo masculino. Admirava especialmente as orquídeas nativas que se desenvolviam nas campinas em torno de Down, e decidiu começar por elas. Em seguida, com a ajuda de amigos e correspondentes que lhe enviavam orquídeas para estudo, especialmente o botânico Joseph Dalton Hooker, diretor do Kew Gardens, ampliou seus estudos de maneira a abordar orquídeas tropicais de todos os tipos.
O estudo das orquídeas progrediu com rapidez e, em 1862, Darwin enviou seu original para a impressão. O livro tinha um título tipicamente longo e explícito, à moda vitoriana: As Várias Maneiras Como as Orquídeas São Fertilizadas pelos Insetos. O que ele pretendia, ou esperava, ficava claro nas páginas de abertura:
Aqui, em termos da maior clareza, Darwin atira a luva, dizendo: "Expliquem melhor isto aqui - se puderem."



A longa tromba da mariposa esfíngea ajudou a sustentar a teoria da seleção natural de Charles Darwin

Darwin decifrou o segredo das flores, mostrando que as características especiais de cada uma - a variedade de padrões, cores, formas, néctares e perfumes atraentes aos insetos, levando-os a esvoaçar de uma planta a outra, e os recursos que asseguram que eles não deixem de colher o pólen antes de decolar da flor - eram todas "artimanhas", como ele dizia. Todas haviam sido produzidas pela evolução a serviço da fertilização cruzada.


         O que antes era a imagem pitoresca de insetos zumbindo em torno de flores multicoloridas transformava-se, agora, num drama essencial da vida, cheio de significado e profundidade biológica. O colorido e o aroma das flores eram adaptados aos sentidos dos insetos. As abelhas são atraídas por flores azuis e amarelas, e ignoram as vermelhas, uma cor que não enxergam. Por outro lado, sua capacidade de ver além do violeta é explorada pelas flores que utilizam marcas ultravioletas, que dirigem as abelhas para os seus nectários. As borboletas, com uma boa visão do vermelho, fertilizam as flores vermelhas, mas ignoram as azuis e de cor violeta. As flores polinizadas por mariposas noturnas tendem a ser pobres em colorido, mas emanam perfume à noite. E as flores polinizadas por moscas, que vivem de matéria em decomposição, podem imitar o odor desagradável (para nós) da carne podre.

Bioquímica de Cores e Aromas:

      Após os estudos sobre Darwin, iremos dar continuidade ao assunto trazendo mais alguns conceitos sobre polinização. Nos estudos da polinização das flores por animais fica explicito a associação íntima entre as plantas e seus polinizadores.
      Os insetos, morcegos e pássaros visitam as plantas para se alimentar desde suas folhas até o pólen. Nesta troca, estes animais possibilitam a reprodução das plantas chamada de polinização. Existem três fatores bioquímicos importantes e ativamente participativos: o cheiro e a cor das flores o valor nutritivo do néctar e do pólen. O pólen é um elemento de alto valor proteico e energético e tem importância extrema para a planta, pois carrega sua herança genética. Na polinização, ele deve ser transferido dos estames aos estigmas das flores.

 
O néctar contém principalmente açúcares (15-75%), embora se tenha detectado em alguns néctares também aminoácidos, gorduras e até toxinas. Parece que sua única função é atrair os animais polinizadores. É a recompensa.
Teor dos constituintes nutritivos do pólen
Proteínas
16 – 30 %
Açúcar livre
0 – 15 %
Amido
1 – 7 %
Lipídeos
3 – 10 %
     Se você observar, durante o dia, um jardim em um local de clima temperado, verá que a polinização é feita principalmente pelas ativas abelhas produtoras de mel (Apis mellifera) ou por mamangabas, com a ajuda de mais alguns insetos menores. Porém, num ambiente tropical, existe uma quantidade bem maior de polinizadores ativos: beija-flores, borboletas em grande variedade, vespas, besouros. Algumas flores são polinizadas somente à noite, por morcegos e mariposas. Na África e na Austrália, a polinização pode ser feita por roedores, como os camundongos. Um observador extremamente arguto poderia ver também diferentes tipos de moscas e até pulgas como polinizadores.
    Alguns animais conseguem tirar néctar das plantas sem polinizá-la. São os conhecidos "ladrões" de néctar. Existe um pássaro que fura a flor e suga o néctar, sem passar pelos órgãos de polinização. As formigas, embora atuem também como polinizadores, são às vezes tão pequenas que entram e saem das flores sem tocar os órgãos reprodutivos.
    Plantas como as gramíneas não necessitam atrair insetos, uma vez que são polinizadas pelo vento, o que indica sua maior evolução.
"Existe o fenômeno da constância de polinizador para uma flor, fator de grande significado na coevolução de angiospermas e seus parceiros animais. Em alguns casos, o polinizador visita apenas uma espécie de planta. Essa fidelidade é guiada pela morfologia da flor, pelo odor e pela cor das pétalas. Existem, por exemplo, as "flores de abelhas", com corolas curtas e largas, geralmente amarelas ou azuis; as "flores de beija-flor", com corolas longas e estreitas, geralmente vermelhas; as "flores de borboleta", com corolas estreitas, de comprimento médio."
O papel das cores florais, preferências de cor e a base química das cores
     As abelhas preferem o que para nós aparece como cor amarela ou azul. Elas são capazes também de perceber a região ultravioleta do espectro, que para nós é invisível. São muito sensíveis às flavonas e flavonóis, substâncias que absorvem no ultravioleta e estão presentes em quase todas as flores brancas. As abelhas são insensíveis ao vermelho, mas visitam flores vermelhas, guiadas pela presença de flavonas que absorvem luz ultravioleta.
     Os beija-flores são sensíveis apenas ao vermelho e sua preferência por flores de um vermelho vivo, como os Hibiscus, é conhecida. Em habitats especiais podem visitar também flores brancas.
      As outras classes de polinizadores mostra menor sensibilidade à cor das flores. Enquanto as borboletas são atraídas por flores de cor vibrante, as mariposas preferem as flores de cor vermelha, púrpura, branca ou rosa-claro e as vespas preferem cores monótonas, escuras e pardacentas. As moscas são atraídas por flores de cor escura, marron, púrpura ou verde. Finalmente, existem os besouros e os morcegos, que são visualmente inertes à cor e dependem de outro tipo de sinais para serem levados às flores.
      Existem 3 classes principais de substâncias químicas associadas geralmente às cores das flores: os flavonóides, os carotenóides e as clorofilas. (Ver tabela 1 e figura 2, como exemplo)
Tabela 1
Alguns tipos de substâncias químicas responsáveis pela cor das flores
Cor
Pigmentos responsáveis
Exemplos
Branco, creme
Flavonas, como a luteolina -  Flavonóis, como a quercetina
95% das espécies que têm flores brancas
Amarelo
Carotenóides - Flavonol
a maioria das flores amarelas - Primula
Escarlate
Pelargonidina e cianidina+carotenóide
Muitas espécies, incl. Salvia -Tulipa
Marrom
Cianidina sobre carotenóide
Muitas orquídeas
Rosa
Peonidina
Peônia, Rosa rugosa
Violeta
Delfinidina
Muitas espécies, incl. Verbena
Preto (púrpura escuro)
Delfinidina em alta concentração
Tulipa negra
Verde
Clorofilas
Helleborus

Fonte: Harborne, J.B.


 

http://youtu.be/s1D8yP4YFKw